4 de dezembro de 2015

Escudo e cacetete contra quadro e giz

Triste do país que trata assunto de educação como caso de polícia.

Modificado a partir de: Pixabay e Wikipédia
Num mundo ideal, a polícia não estaria presente fisicamente dentro da sala de aula; no máximo, a professora estaria ensinando sobre o seu papel legítimo na sociedade. Não deveria haver contradição educação × polícia. No entanto é bem assim que funciona no mundo real, pelo menos nestes dois episódios.

Curitiba, 29 de abril de 2015, na Assembleia Legislativa. Professores e demais profissionais da educação do Estado em greve e protestando contra o "pacote de maldades" do governo prestes a ser votado. Policiais convocados de várias regiões do Estado, fortemente armados. Esta foi a receita orquestrada pelo carlos alberto (em minúsculas mesmo) que resultou no Massacre de 29 de Abril, colocando-o na história ao lado do 30 de agosto de 1988. Mais de 200 feridos, uso desproporcional da força, uma das maiores operações policiais que a capital paranaense conheceu. Os inimigos? Os valorosos profissionais da educação.

São Paulo, novembro a dezembro de 2015, em diversas escolas estaduais. Anunciado um plano de reorganização das escolas estaduais que, entre outras medidas, prevê o fechamento de 94 escolas. O planejamento não foi discutido de forma ampla com a comunidade. Começa um movimento de ocupação das escolas por alunos que atinge 200 estabelecimentos. O governo estadual não se dispõe ao diálogo; ao contrário, coloca a força policial para reprimir alunos que são na maioria adolescentes e houve algumas prisões.  Os acontecimentos ainda estão em curso, mas já há ação na justiça contra o fechamento das escolas, o Secretário de Educação caiu e aparentemente o geraldo recuou, adiando a sua política de reorganização para 2017. Seu colega carlos alberto tentou fechar escolas também mas, provavelmente devido a ter sua imagem chamuscada anteriormente, recuou rapidamente.

Os governantes mostram não dar importância alguma  à educação e quando a questão os incomoda, mandam baixar o cassetete. E quanto ao povo brasileiro? Realmente acha que a educação é um direito seu fundamental?

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